Eu sei muito bem medir o tamanho das suas inconseqüências
não tenho mais a inocência de criar expectativas
não passa mais pela minha cabeça nem uma sombra da ilusão que um dia criei do que seria viver um amor, que se não se transformou por completo, se esvai a cada atitude inconseqüentemente egoísta sua.
eu não perco nada com isso.
não tenho perdido nada
tenho dividido (e isso é bem diferente da perda),
o que sou, o que penso,
meu espaço, meu tempo
e isso é digno e natural de alguém que se basta
alguém que, sem querer se revestir de nenhum poder heróico,
aprendeu a reciclar, destilar, filtrar os momentos
alquimisando os sentimentos com a humilde visão de que se é preciso pra se enxergar o ser humano
não espero que se desculpe ou se lamente por estar tropeçando em seus próprios pés
e por vezes esbarrando em meu ombro ou caindo em meu colo
não há custo pra mim nisso
e também não a mais rosto, identidade ou endereço
não há um nome, nem um passado
não há segredo
deveria pensar que enquanto continuar mentindo e fingindo pra si mesmo
continuará da mesma forma mentindo e fingindo para os outros
não reconheço sua identidade portanto
como não reconheces a minha
um coxo enxerga a sua frente uma muleta
e pronto
e ela não precisa ter nome
forma, cor, qualidade...
só precisa servir pra guiá-lo por algum caminho
até que ele se encontre
domingo, 5 de junho de 2011
quinta-feira, 2 de junho de 2011
Só o que não se sabe do outro é potencialidade de amor. O óbvio certeiro é um limite que o olho nos dá. Mas além das frases feitas, dos gestos repetitivos, das normas, da formas, das fôrmas sempre iguais; existe o inconsistente, um intangível não depreciável... Mas é preciso enxergá-lo pra sabê-lo.
É preciso tocar as almas com as mãos da voz. Com o tato do silêncio... engolir os cheiros...
Aqui, é um lugar indefinido.
Nas paredes brancas não vejo retratos.
Na paisagem não vejo nenhuma lembrança.
Aqui, foi apenas uma escolha sem previsões, mesmo que um mapa manuscrito tivesse na mão para chegar. Joguei fora a bussola. Porque “aqui” me levará para o inesperado. E o que mais poderia querer nesse momento?!
Não vejo mar nesses dez graus de sonhos. Não escuto batida de congo.
“e agora parece observar-me tão espantada quanto estou com esse nosso inesperado encontro”.
Para Kris.
É preciso tocar as almas com as mãos da voz. Com o tato do silêncio... engolir os cheiros...
Aqui, é um lugar indefinido.
Nas paredes brancas não vejo retratos.
Na paisagem não vejo nenhuma lembrança.
Aqui, foi apenas uma escolha sem previsões, mesmo que um mapa manuscrito tivesse na mão para chegar. Joguei fora a bussola. Porque “aqui” me levará para o inesperado. E o que mais poderia querer nesse momento?!
Não vejo mar nesses dez graus de sonhos. Não escuto batida de congo.
“e agora parece observar-me tão espantada quanto estou com esse nosso inesperado encontro”.
Para Kris.
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